quinta-feira, 21 de julho de 2011

Neemias: Vamos Construir!

O inverno estava chegando em 445 a.C., e Neemias estava na cidadela em Susã, a sede do governo persa. Uma geração antes, no mesmo lugar, Ester e Mordecai conseguiram salvar os judeus da matança tramada por Hamã. Neemias estava entre os judeus que ainda moravam fora do seu país, mesmo 90 anos depois da volta de Zorobabel para reconstruir o templo e povoar novamente a cidade de Jerusalém. Neemias foi copeiro do rei, uma pessoa respeitada pelo homem mais poderoso do mundo.
Hanani fez a viagem de 1.600 quilômetros de Jerusalém a Susã para visitar seu irmão, Neemias. As notícias que ele levou entristeceram Neemias. Hanani disse que o povo de Jerusalém encontrava-se numa situação precária e insegura, sujeito às agressões dos povos que controlavam as regiões adjacentes à cidade.
Neemias, extremamente preocupado com o bem-estar dos seus parentes e compatriotas, chorou, jejuou e orou ao Senhor. Ele baseou suas petições nas grandes promessas de Deus, certo da fidelidade de Deus em cumprir a sua palavra. Pediu que Deus estivesse com ele diante do rei da Pérsia.
Lição: Devemos buscar a vontade de Deus e o bem de seu povo.

Quatro meses depois, já no início da primavera, Neemias teve sua oportunidade de agir. O rei Artaxerxes percebeu a tristeza de seu copeiro, e perguntou o motivo. Neemias explicou a sua preocupação com o povo em Jerusalém. Quando o rei ofereceu ajuda, Neemias orou a Deus e fez seus pedidos ao rei: Œ Licença para ir a Jerusalém para reedificar a cidade,  Cartas para assegurar sua passagem pelas províncias no caminho, e Ž Autorização para o uso de madeiras da floresta na construção. Pela bondade de Deus, o rei deu tudo que Neemias pediu, e este partiu para Jerusalém.
Lição: É importante orar e planejar antes de agir.

A Vistoria da Obra (2:11-16)
Neemias chegou em Jerusalém sem fanfarra, e esperou três dias antes de começar o seu trabalho. Ele saiu de noite, levando poucos homens, sem anunciar o seu propósito. Naquela noite, Neemias percorreu a cidade de Jerusalém, fazendo vistoria das muralhas. Antes de dar alguma orientação ao povo, ele precisava entender a situação.
Lição: Devemos entender os problemas antes de propôr as soluções.

O Apelo ao Povo (2:17-18)
Depois de terminar sua vistoria, Neemias falou com o povo e fez seus apelos. Ele falou sobre Œ O problema – a miséria do povo,  A necessidade de agir para resolver o problema, e Ž A dependência em Deus para alcançar a solução.
Lição: Para resolver qualquer problema espiritual, precisamos considerar as mesmas três coisas.

A Resposta dos Judeus (2:18)
Neemias não pretendeu fazer a obra sozinho. Precisou da cooperação do povo para edificar as muralhas. Os judeus se mostraram dispostos e começaram os seus preparativos para o trabalho de construção.
Lição: O trabalho bem-sucedido no reino de Deus depende da nossa disposição e cooperação.

A Oposição (2:10,19-20)
Ao longo do relato da construção, há referências à oposição dos povos vizinhos. Eles não queriam deixar Jerusalém ficar forte e próspera, e fizeram tudo que foi possível para intimidar o povo e impedir a obra. Neemias não cedeu à pressão dos adversários. Ele confiou em Deus, e recusou dar ouvidos aos adversários. Eles até sugeriram que o trabalho fosse ilegal, procurando provocar medo de problemas com o governo, mas Neemias não cedeu. Deus estava com ele, e as ameaças dos adversários não impediriam o trabalho do Senhor (6:9). Em outras épocas da história bíblica, os servos do Senhor enfrentaram perseguições severas, até levando à morte de vários discípulos. Mas confiaram no Senhor e prosseguiam na obra, apesar das ameaças reais dos inimigos. “Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida” (Apocalipse 12:11).
Lição: Deus é mais forte do que todos os seus adversários. Se confiarmos nele, teremos bom êxito no trabalho.

A Cooperação Prática na Obra (3:1-32)
O capítulo três de Neemias, na minha opinião, é o mais bonito do livro. A primeira vista, pode não perceber a beleza dele, pois contém uma lista de nomes e detalhes geográficos. Mas estes nomes e referências a lugares mostram como cada família e cada pessoa contribuíram à obra de construção. Uma família assumiu a responsabilidade de edificar um trecho do muro, enquanto outra ergueu o próximo. Do sumo sacerdote e maiorais do povo aos residentes comuns de Jerusalém e de outras cidades judaicas, o povo pôs a mão à massa e trabalhou dia e noite. Neemias comentou sobre este espírito de cooperação: “Assim, edificamos o muro... porque o povo tinha ânimo para trabalhar” (4:6). Quantas vezes falhamos em nosso trabalho diante do Senhor por motivo de desânimo? O dever precisa vencer o desânimo!
Lição: Devemos ser servos humildes – todos nós – dispostos e ativos no trabalho de Deus.

A Proteção Divina e a Responsabilidade Humana (4:1-23)
Devido à disposição do povo para trabalhar, as muralhas chegaram à metade de sua altura, e começaram a fechar as brechas. Neemias ouviu que os inimigos se preparavam para atacar a cidade. A reação dele mostra uma atitude excelente de fé e responsabilidade: “Porém nós oramos ao nosso Deus e, como proteção, pusemos guarda contra eles, de dia e de noite” (4:9). Quando enfrentamos desafios na vida, não devemos ficar de braços cruzados. Devemos fazer o que podemos, dentro dos papéis definidos pelo Senhor, para resolver os problemas. Por outro lado, seria tolice achar que todas as soluções se encontram em nossas mãos. Devemos, como Neemias, orar ao Senhor e confiar nele para cuidar das coisas que são maiores do que nós.
Lição: O servo de Deus vive pela fé e ora sem cessar, mas não foge da responsabilidade de cumprir os seus deveres.

A Luta pela Família (4:12-14)
Quando Neemias organizou os trabalhadores para se defenderem contra os adversários, ele chamou todos a pelejarem pelas próprias famílias (4:14). O desejo de salvar as próprias famílias motivou os judeus a trabalharem e vigiarem constantemente. Deve ter o mesmo efeito em nossas vidas. Mas as ameaças maiores hoje são os ataques espirituais que o Adversário faz constantemente, bombardeando as nossas famílias com tentações que ameaçam nos levar à perdição.
Lição: Pelejemos pela família!

A Obra Terminada (6:15-16)
Depois de duas gerações de empecilhos e desculpas, Neemias e o povo se dispuseram a trabalhar e realizaram a obra em apenas 52 dias! Quantas vezes procrastinamos e imaginamos muitos motivos para não fazer o nosso dever, quando o trabalho em si poderia ser realizado em pouco tempo?
Lição: Deixemos de lado as nossas desculpas. Mãos ao trabalho!

Neemias e o povo de Judá aceitaram o desafio e realizaram uma obra importante na construção dos muros de Jerusalém. Aprendemos muitas lições importantes do bom exemplo deles.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Como vencer a depressão

TEXTO: 1Reis 19: 5-16
OBJETIVO: Aprender a superar a depressão através da aplicação da Palavra de Deus em nossa vida.
INTRODUÇÃO: 
O dicionário Webster define a pessoa deprimida como alguém empurrado para baixo, melancólico, abatido, triste, com ânimo baixo. Diz também que a depressão psicológica é uma condição emocional caracterizada por desânimoe pelo sentimento de insuficiência.

Alguns sintomas da depressão são: colapso da auto-estima, sensação de que ninguém nos ama ou não se interessa por nós, diminuição de interesse pelos outros, intensa absorção do eu, auto-depreciação – “parece que nada faço direito”.

A depressão pode ser física, causada por exaustão orgânica, ou por um desequilíbrio do sistema fisiológico. Pode ser causada também por desapontamentos e pela incapacidade de viver à altura de nossas próprias expectativas. E ainda, pode ser causada pelo êxito: alguém disse: “Nada há mais decepcionante do que haver atingido a meta”. O êxito, portanto, não é um escudo contra a depressão, mas, muitas das vezes, é a porta de entrada.

A depressão devasta porque mutila a vida do indivíduo e o atrai para seu
pequeno mundo de introspecção. A pessoa se envolve com um manto de comiseração e a melancolia pode, às vezes, tornar-se tão intensa que a pessoa pode chegar ao ponto de considerar a morte como a única saída.

Como lidar com a depressão? Algumas observações preliminares:

  1. Primeiro, os remédios caseiros não são eficazes: é inútil assobiar no escuro, sorrir ou ignorá-la, na esperança de que ela vá embora. Essas tentativas não funcionam. Nem adianta engajar-se em terapias ocupacionais, quando emocionalmente não se tem ânimo nem para amarrar os cadarços do tênis.
  2. Segundo, é preciso evitar a supersimplificação: Tornar-se cristão não solucionará automaticamente os problemas, porque os cristãos também sofrem depressão. Além do mais, se a depressão resultar de um mal físico, será necessário tratamento médico. E se não for problema físico, a depressão poderá estar tão profunda que exigirá a ajuda de um psicólogo.
Como cristãos, porém, temos a vantagem de sabermos quem nós somos e quem Deus é. Sabemos que Deus, como Pai, nos ama de uma forma maravilhosa e imerecida e que as escrituras nos possibilitam enfrentar a depressão de maneira realista.

Ao examinarmos a situação de Elias, descobrimos quatro fatores que nos ajudam a derrotar a depressão:
1. Primeiro: tire um tempo para você mesmo (19:5-8)
Elias era um homem dedicado ao seu trabalho, e chegou um momento em que não encontrava mais forças para continuar fazendo suas atividades. Ele percebeu que era a hora de parar!

Nós também precisamos saber que existe hora para o descanso, para a gente cuidar da gente mesmo. Quantas vezes nos preocupamos com tudo e com todos e nos esquecemos de nós mesmos? O cansaço, a fadiga, o desânimo, a falta de produtividade, são como um termômetro que indica a nossa temperatura: 25° a 28° é normal, 29° a 32° é febril, daí pra cima é febre, é hora de se medicar.

Descansar dá um tempo para si mesmo, dormir, passear, é um remédio indicado para quem está com depressão.
2. Segundo: abra seu coração para Deus (19:9,10)
Elias abriu o verbo para Deus, contou o que estava se passando em sua alma e isso fez bem a ele. Devemos colocar pra fora nossas frustrações e contar para Deus o que está nos consumindo. Deus está interessado nas coisas que aborrecem você. Ele o entende e quer ajudá-lo.

A oração não serve somente para pedirmos, mas também para falarmos das nossas coisas para Deus. Lembre-se que Ele é Deus todo poderoso, mas também é Pai atencioso e amoroso.
3. Terceiro: renove sua consciência da presença de Deus (19:11, 12)

Após várias manifestações barulhentas, Deus se fez presente na suavidade de uma brisa. Elias percebeu isso e envolveu seu rosto no seu manto, ou seja, percebeu que Deus estava ali com ele, ele não estava sozinho, Deus não o abandonara.

Quando estamos deprimidos, precisamos ter uma nova experiência com Deus. Uma experiência em que nos vemos diante da sua presença pessoal.

Na depressão sentimos desejo de nos isolarmos, de ficarmos reclamando de tudo, mas isso não adianta nada. Devemos buscar sim, o silêncio da intimidade com Deus, desenvolvendo uma nova consciência de sua presença.

4. 
Quarto: retorne às suas atividades normais (19:13-16)
Deus falou a Elias duas coisas: “levante-se, volte ao trabalho e unge três homens, um deles será seu sucessor”.

“Você não está sozinho, existem outros trabalhando com você.”
Sabendo, então, que não estava sozinho no serviço de Deus e que outros estavam ativamente trabalhando com ele, Elias pôs os pés na estrada a fim de fazer o trabalho para o qual Deus o chamara.

O retorno às atividades é necessário para que a gente deixe de pensar só em nós mesmos.

Uma vez que você tenha descansado, tenha aberto o coração para Deus e tenha adquirido uma nova consciência de Deus, você deve deixar a autocomiseração e voltar ao trabalho.

Mãos e mentes ociosas alimentam a depressão, mas a retomada das atividades afasta a mente dos problemas pessoais e nos torna úteis e produtivos de novo.

Ilustração: Conta certa lenda que determinado ancião, carregando um pesado feixe de lenha, prostrou-se à beira da estrada, gemendo e desejando morrer. Para surpresa sua, a morte apareceu e lhe perguntou o que desejava.
  1. “Quero pôr este feixe de lenha nas costas e os pés na estrada” – disse o homem imediatamente.
CONCLUSÃO:
Certamente que teremos vários momentos depressivos nos quais os sentimentos de derrota e fracasso tentarão tomar conta de nossa vida, mas Deus vai intervir e nos dará a cura à medida em que nos retirarmos para um descanso, abrirmos o coração para Ele, renovarmos nossa consciência da presença dEle e voltarmos às nossas atividades.

Se a morte lhe perguntar: “o que você deseja?” Ponha o seu feixe de lenha nas costas, e se estiver muito pesado, compartilhe com Jesus.

Pr. André Santos de AlmeidaQue Jesus seja o centro de todas as coisas